Há dois anos
comecei uma destas crónicas falando de Fidípides, o mítico soldado que correu 42
km para avisar os patrícios da vitória do exército ateniense contra o muito
mais poderoso exército persa. Nessa altura escrevia sobre a maratona, a corrida
que teve origem nessa lenda. A lenda, ou não se tratasse de tragédia grega,
termina mal: Fidípides caiu inanimado ao chegar a Atenas e não mais se
levantou. Foi a primeira morte súbita registada na História de um jovem
desportista.
No sábado, em Itália, a improbabilidade voltou a atacar impiedosamente. Improbabilidade porque falamos de atletas, pessoas jovens, sem gordura, de alimentação regrada, vida saudável e extraordinária preparação física, tudo isto completado por exames médicos rigorosos e periódicos, que são fulminados por uma paragem inesperada do seu coração, ou por um aneurisma. Estes problemas são agrupados num termo tão abrangente quanto aflitivo: síndroma de morte súbita (SDS, da sigla inglesa). Os defeitos que o provocam, como por exemplo uma malformação cardíaca, tornam-se explosivos quando combinados com a prática intensiva de desporto. Ainda por cima, raramente há sintomas: em 80% dos casos, o primeiro sintoma é o desfalecimento fatal.
O jogador italiano do Livorno, Morosini, vem juntar-se a uma lista de vítimas se está a alongar rapidamente nos últimos anos. Um dia depois desta tragédia, outro futebolista de elite (Muamba, congolês do Bolton) teve alta do hospital após o seu coração também ter parado em pleno jogo, e por 78 longuíssimos minutos. Muamba dificilmente voltará a jogar futebol, mas pelo menos tem uma vida pela frente, ao contrário de Daniel Jarque, Antonio Puerta, Miklos Fehér, Marc-Vivien Foe, Bruno Baião ou Pavão, todos eles futebolistas de alta competição caídos fatalmente no relvado.
No sábado, em Itália, a improbabilidade voltou a atacar impiedosamente. Improbabilidade porque falamos de atletas, pessoas jovens, sem gordura, de alimentação regrada, vida saudável e extraordinária preparação física, tudo isto completado por exames médicos rigorosos e periódicos, que são fulminados por uma paragem inesperada do seu coração, ou por um aneurisma. Estes problemas são agrupados num termo tão abrangente quanto aflitivo: síndroma de morte súbita (SDS, da sigla inglesa). Os defeitos que o provocam, como por exemplo uma malformação cardíaca, tornam-se explosivos quando combinados com a prática intensiva de desporto. Ainda por cima, raramente há sintomas: em 80% dos casos, o primeiro sintoma é o desfalecimento fatal.
O jogador italiano do Livorno, Morosini, vem juntar-se a uma lista de vítimas se está a alongar rapidamente nos últimos anos. Um dia depois desta tragédia, outro futebolista de elite (Muamba, congolês do Bolton) teve alta do hospital após o seu coração também ter parado em pleno jogo, e por 78 longuíssimos minutos. Muamba dificilmente voltará a jogar futebol, mas pelo menos tem uma vida pela frente, ao contrário de Daniel Jarque, Antonio Puerta, Miklos Fehér, Marc-Vivien Foe, Bruno Baião ou Pavão, todos eles futebolistas de alta competição caídos fatalmente no relvado.
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