terça-feira, 8 de março de 2016

A lua ou os arredores de Las Vegas?


A pequena nave Eagle separou-se do módulo de comando Columbia, que estava em órbita lunar, e desceu em direcção à superfície da Lua. Neste ponto, a missão quase falhou por dois motivos diferentes: o computador de bordo estava sobrecarregado e quase não conseguia realizar todos os cálculos necessários para a alunagem (é importante sabermos que o telefone que actualmente carregamos no bolso é mais potente que todos os computadores, incluindo os do centro de controlo no cabo Canaveral, usados em Julho de 1969 na missão Apolo 11); e um sensor de combustível defeituoso tinha feito o módulo Eagle consumir muito mais do que o esperado – quando finalmente tocou o solo cinzento, a nave já só tinha autonomia para mais 25 segundos de voo, após os quais se teria despenhado com os astronautas a bordo. Mas Buzz Aldrin conseguiu pousar o engenho em segurança, para algumas horas mais tarde Neil Armstrong dar o seu pequeno passo para o homem que foi, ao mesmo tempo, um salto gigante para a Humanidade.

Mas foi mesmo? O cepticismo sobre a chegada do Homem à Lua nunca abandonou totalmente o momento histórico, não obstante os esforços da NASA em rebatê-lo. E há muitíssimas circunstâncias suspeitas, na verdade: estranhezas relacionadas com as fotografias tiradas na Lua (por exemplo, o facto de não ser visível nenhuma estrela no céu); impossibilidades teóricas de uma viagem deste género (como as cinturas de radiações no espaço, que matariam qualquer humano a atravessá-las) ou o erro de mostrar a bandeira americana ondulando ao vento na superfície lunar… que não tem atmosfera, muito menos vento. Há ainda interrogações sobre aspectos do domínio da física (ausência de crateras ou marcas na superfície deixadas pelo módulo de aterragem) e, em registo mais sombrio, é mesmo alegado que vários astronautas morreram em circunstâncias misteriosas por quererem denunciar o embuste.

As mais coloridas acusações de conspiração envolvem uma produção em grande escala de Hollywood, filmada com equipamento caro num deserto do Nevada, não longe de Las Vegas, e dirigida pelo homem que tinha acabado de produzir “2001: Odisseia no Espaço”, Stanley Kubrick. A todas as alegações cientistas e técnicos da NASA foram contrapondo explicações e factos, mas sem nunca chegar a convencer cerca de 25% da população que não acredita ou tem dúvidas sobre o que realmente aconteceu em 1969 – e claro que o facto de as gravações originais “master” de vídeo terem sido perdidas, por alegadamente alguém ter reutilizado as bobines para gravar outra coisa qualquer por cima da chegada do Homem à Lua, não ajuda à credibilidade da versão oficial. Nem as fotos enviadas em 2009 pelo Orbitador Lunar de Reconhecimento, um satélite do nosso satélite lunar, que mostram vestígios das missões Apolo 11, 12, 14, 15, 16 e 17, obtiveram qualquer efeito na percepção pública da veracidade das missões humanas à Lua.

É neste quadro que surge esta semana uma pérola: a NASA acaba de disponibilizar gratuitamente as mais de 8000 fotos, tiradas em médio formato e de uma qualidade altíssima, das suas missões Apolo. As imagens são fascinantes, quase como se tivessem acontecido agora e não há 46 anos; garantidamente não são tiradas em estúdio nem em um deserto americano. O leitor pode julgar por si mesmo, se procurar por estas fotos no Flickr. Mas apesar de extraordinárias, ainda assim elas não convenceram dois cientistas russos que, logo a seguir, anunciaram que vão construir um satélite para “fotografar a Lua e provar, de uma vez por todas, se o Homem lá chegou ou não”. Uma perda de tempo e dinheiro: se há conspirações verdadeiras, esta não é uma delas. Bom, e agora vou ver mais algumas daquelas fantásticas 8000 fotos.

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